O
PROBLEMA DA CRISE POLÍTICO-ECONÔMICA BRASILEIRA E A BENEVOLÊNCIA DA OPOSIÇÃO
Um dos dramas do povo brasileiro é
essa incapacidade de dar o passo decisivo nos grandes momentos históricos. Ao
separar-se o Brasil de Portugal classes dominantes também cuidaram do afastamento
do o povo da luta..., em duras repressões, e por isso perdeu-se a oportunidade
de liquidar o escravismo. Perderíamos neste diapasão duas oportunidades de
modernizar a economia brasileira: a primeira em 13 de maio de 1988, a segunda em
15 de novembro de 1889, quando não se promoveu uma justa distribuição das
terras e mantendo o controle absoluto dos latifundiários.
Historicamente, o país sempre passou
por turbulências que necessitaram da intervenção das forças patriotas
(militares) contra o povo. A velha forma de manter a “ordem” sistêmica interna,
uma ora enquadrando a sociedade, (sobretudo a maioria pobre), nos arcabouços
econômicos engendrados pelos detentores do poder, da concentração de terras pelos
latifundiários, escravistas e monárquicos, outro pela utilização das mídias,
que inculca no povo a aceitar como necessária a intervenção massiva das
políticas neoliberais, o que gerou a intervenção dos militares em 64.
O Brasil analisado antes e posterior
ao governo eleito em 2003/2011 reflete duas realidades distintas, tanto
política quanto do ponto de vista da economia, o acesso aos bens de consumo que
neste período deixa (comparado aos períodos anteriores) de ser uma concessão e
passa a atender ao quanto previsto na Constituição Federal do país, se não no
todo, pelo menos em parte, passando a classe trabalhadora a perceber várias
mudanças, sobretudo no que tange ao alcance da renda percapta a partir de
programas sociais, com vistas a distribuir renda dando acesso a itens básicos
de a alimentação, bem como o acesso a aquisição de automóveis, passagens aéreas
(...) etc, o que deixou a classe dominante polvorosa.
A incapacidade do povo brasileiro em
realizar certas avaliações diante do conjunto de agitações, levadas a cabo
pelas manobras de uma oposição que durante muito tempo (des) mandou
efetivamente na política do Brasil, inclusive de forma hereditária, diga-se de
passagem, tem se mostrado o principal problema no entendimento do jogo jogado
pelos políticos profissional da velha guarda que representam o grande capital
privado e liberal, são os mesmos que querem instituir de uma vez por todas a
terceirização como política de racionalização de investimento, instituir
retirada de direitos dentre outras práticas nefasta.
As tentativas de eleição de uma
candidatura que representasse aos anseios da sociedade/ do povo, somente lograram
êxito a partir das “alianças” políticas, que de alguma forma concentrava nas
mãos dos oligarcas o poder central. São
os mesmos que agora tentam de maneira “benevolente” encontrar solução para os
males dos brasileiros. São eles que conclamam a volta dos militares ao poder e
quando não, pedem o processo de casacão (impeachimente) de um mandato eleito
pela maioria do povo brasileiro e com isso questionam a Democracia.
Verdadeiramente a economia brasileira
precisa mudar a sua estrutura/arquitetura, que durante muito tempo tem sido
nociva à maioria dos brasileiros, a taxação de impostos sobre as grandes
fortunas deve ser urgentemente colocada na ordem do dia para o debate público e
adoção de providencias, no que se refere a sua execução.
Muito tem se apresentado de noticias e
informações acerca de corrupção perpetrada por agentes públicos a serviço do
governo, são informações que devem ser analisadas criticamente pelo povo
brasileiro, ademais enquanto estiveram no poder estes mesmos donos dos grandes
meios de comunicação, que representam osgrupos (pequenos grupos) abastados, concentradores
das riquezas produzidas pela maioria que são os trabalhadores, homens e mulheres
chefes de família, que estão cotidianamente nas trincheiras da luta diária pela
manutenção de suas sobrevivências e de seus familiares, mais que de uma forma
ou de outra acabam por reproduzir tais discursos prontos, de fácil digestão e
aceitação por parte da sociedade.
Combater a corrupção também representa
colocar no roll dos criminosos
(cadeia) os envolvidos em desvios de verbas públicas ou facilitação para as
ocorrências destas práticas criminosas. Tal conduta ainda deve ser rechaçada
pelos cidadãos contribuintes, que por ora tem assistido passivamente descer
pelo ralo o erário público, atrelado a isso a falta de investimentos em
políticaspúblicas, concomitantemente uma rápida corrida para administrar à
implantação de arrochos e ajustes fiscais. Bem comorepelir o show pirotécnico e
midiático que tem escondido e maquiado a verdade sobre
quem são os principais articuladores das operações investigadas pela DPF, que
coloca na condescendência da indulgencia os delatores.
Claro que a defesa de um governo que
corta na carne da classe trabalhadora e da sociedade em geral, não pode ser defendida
cegamente por aqueles que o elegeu (trabalhadores, estudantes, sindicalistas e
sociedade civil organizada), contudo, nos cabe fazer a critica permanente de
tais ações e requerer a partir da mobilização social as mudanças necessárias,
colocar o governo (do PT) no rumo para que fora eleito é tarefa árdua, que deve
ser colocada na ordem do dia pelos povo brasileiro. As manobras da direita
golpista estão evidenciadas nas práticas das casas legislativas, sobretudo na
Câmara Federal representada pelo seu principal expoente representante direto da
burguesia(PMDB/PSDB).
Ademais, é bom reforçar que a crise
política não deve ser colocada na conta da classe trabalhadora, dos estudantes
(...) deste país, não devemos pagar essa conta de forma alguma. A solução está
na reforma agrária, na divisão de renda com responsabilidade, na reforma
política, na obstrução do financiamento privado de campanha política
partidária, no respeito às mulheres, aos negros, a união entre iguais
(homossexuais), em dizer não à redução da maior idade penal e ao racismo. Bem
como outras pautas colocadas a baila pela sociedade.
De maneira histórica estamos
acostumados a ver aqueles que detêm o poder econômico, político e também das
armas darem as cartas na geopolítica mundial ratificados pelas agendas das I e
II Guerras Mundiais e seus reflexos como foi o caso da invasão e dilaceramento da
Palestina pelo Imperialismo, a fim de se apossarem das riquezas minerais (petróleo).
E ainda são responsáveis por acirrarem os ânimos entre os israelenses e o povo
palestino na invasão e ocupação pelos primeiros em relação ao segundo.Tudo isso
propositadamente colocando em curso o principal objetivo que é o lucro pela
acumulação de riquezas.
Muito ainda há de acontecer nos
bastidores desta que é sem dúvida umas das maiores crises enfrentada pela
política brasileira, que coloca em jogo a Democracia e a soberania do país, sobretudo
porque os oposicionistas transvestidos em pele de cordeiro tentam dar as
cartas, as alianças políticas já perderam a validade, agora é cada um
defendendo o seu quinhão, além do mais é hora da classe trabalhadora e da
sociedade civil como um todo cobrar o que é seu por direito.
Abaixo a todas as formas de retirada
de direitos, aos planos econômicos de cortes nos investimento para as políticas
sociais (minha casas minha vida, educação...) etc.
O Brasil é soberano, a democracia é
uma conquista da sociedade brasileira. Fora a corja espoliadora (...), a
benevolência da oligarquia não nos serve mais.
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*Antonio
Claudio Silva é estudante do curso de Pedagogia da Universidade Federal da
Bahia - UFBA, dirigente sindical CUTista e integra a direção regional do
DIEESE/BA. Email: claudiosv10@yahoo.com.br